A mãe vivia dizendo: Juninho não
corre pra rua. E Juninho sempre ficava na Calçada. Admirando os carros com o
seu ardor automobilístico. A mãe dizia: Juninho, se um carro te pegar, você
morre, menino! Ela sempre dizia isso. Até que um belo dia, como numa fábula,
Juninho correu. E foi atropelado. Mas nada demais. Só uma pancadinha de um
motorista imbecil. Apenas um galo imenso na testa. Que de tão enorme a
enfermeira disse: ele vai cantar hein, menino! Quando a mãe chegou ao hospital,
carregada pela família, e sobre o efeito de calmantes, Juninho disse: mãe... eu fui
atropelado, mas não morri!
A mãe de Juninho vivia assistindo
aquele programa policial de hora do almoço em que o apresentador aterroriza as
pessoas dizendo: o bandido foi pro saco! A mãe sempre assistia aquilo. E
Juninho perguntou: o quê é ir pro saco, mãe? E ela: é quando a pessoa faz coisa
errada e morre meu filho. Não pode fazer coisa errada hein? Ai, ai, ai! Quando
o gato da família se esquivou para a rua. E ficou grudado que nem chiclete na
roda do carro, a mãe de Juninho perguntou a ele: o que aconteceu com o bichano?
E Juninho respondeu: foi pro saco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário