sábado, 25 de junho de 2011
Eu Acho Que Ainda Não Tá Bom
Por uma questão de educação perguntei a esse meu amigo. Você leu o meu
blog? Li. Eu sei que ele não gosta das coisas que escrevo. É o tipo que diz:
antigamente era melhor. Depois de algum tempo você
escreve porque não consegue parar de escrever e já não se importa mais com a
opinião dos outros. Ele disse: eu não gosto daquele troço de erro de português
e palavrão, parece que tá querendo chocar, porra! Um escritor me disse: você
não vai ler o meu livro porque já me conhece. Conheci alguns artistas
insuportáveis pessoalmente, e continuei lendo e ouvindo as suas obras. Até aonde
o artista é aquilo que faz? Eu penso que o artista e a sua obra se confundem,
mas não são iguais. Alguns clichês são sempre válidos. Fico assustado quando sou
associado ao que escrevo. Não sou aquilo, mas também sou. Eu ouvi o
último disco de fulano de tal que está quarenta anos na música. E posso
garantir que com o tempo ele ficou melhor. Embora ainda falem que não superou o
primeiro disco. E com um velho escritor acontece o mesmo. No Brasil se enterra
a pessoa viva. Ou será que é só a nossa inveja da capacidade do outro. As
pessoas próximas são as que menos se importam com o quê quer que eu faça. Não
aprenderam a separar a arte do artista. Todo mundo quando conversa comigo se
torna especialista em música e literatura. Interrompi meus pensamentos. Ele
parou e disse: eu acho que ainda não tá bom. Eu disse: eu também.
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Muito bom, como sempre. Parabens!!!
ResponderExcluirNão, ainda não está bom...
ResponderExcluirAntes de escutar seu palavrão (porrrra! esse louco se deu o trabalho de escrver só pra me trolar a paciência!) vou esticar o que não está bom.
Não está bom - o preço do papel, das tintas, talvez a carga de impostos, sempre um peso no papel do escritor/leitor. www.Óbvio-do-mundo.br
Não está bom - essa dos analistas buscarem filigranas na biografia dos autores, para resumir a obra: elescreveuporque é impotente, bicha, maconheiro etc. sempre yin ou yang. Se esquecem de gostar ou não do que leêm.
Não está bom - ser 1 faz-blog, mesmo sabendo do preço do abandono, nossas artes-letras jogadas ali para os leio-nãoleio's da vida.
Pessoalmente, não dou muita obra pra isso, mas por outro lado construo 1 diálogo, rede?, com os leio-nãoleio's - q é coisa viva. Viva!
Mas e aê Delano, como é q vc está? Sou leitor por aqui, mas só de vez em quando, tá? Vou seguindo o meu caminho, e conferindo os seus passos, no sinal de trãnsito: eu paro, eu passo, a gente esbarra, então pega a esferográfica, aproveita e atropela! meu corpo estatelado na calçada, efeito novela - quem sabe? daqui a um, dois, três, seis ou sete anos? minha figura imortal em algum conto... deste seu cotidiano!
p.xnd