sábado, 28 de maio de 2011
Canastra
Repartição pública. A loura chega. Cabelos curtos. Tatuagem nas
costas. Cara de mulher fatal. Gostosinha. Ela dá um beijo no rosto daquele
preto, magro e boa pinta com cara de falador. Eu penso. Canastra. Todo mundo
percebe que a loura ignora os outros colegas de trabalho. Ponto. Outro dia. O
preto grita meu nome. Eu levanto o dedo. Ele diz: chega mais! Eu sento em
frente a ele que me diz: vocês adoram dar trabalho pra gente! Quando ele diz
“vocês”, se refere a esse bando que sonha com o café que está na mesa da
atendente. Entra uma menina em cena. Bonitinha. Nada demais. Cara de igreja. Se
casar vai trepar uma vez por semana depois da novela. Estagiária. Ele diz: é
ruim ficar em pé, né? E ela: é, é ruim. Na seqüência ele pergunta: o quê você
vai aprontar fim de semana? Ela diz: nada, eu não tenho dinheiro, chego
cansada... E ele diz: eu também não tenho dinheiro, não... Eu penso. Canastra.
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