quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Abrantes, mon Chéri...

Abrantes, mon Chéri...

Um frio do cacete.

Velhote de boina.

Velhota de cachecol.

Miúdo pornô.

Rapariga TikTok.

Idioma inglês.

Pastéis e abatanados.

Pera Doce e cigarros eletrônicos.

Esculturas e pinheiros.

Ruas solitárias e vazias.

Sinto saudades do que vivo.

Abrantes, mon amour...

Bolsonaro e o Supremo

Bobo do Tide enfiou outro terrivelmente evangélico no supremo. Além de comprar votos de pobres com o recauchutado Bolsa Família do PT. Os "outros" candidatos não quiseram se indispor com os evangélicos e orientaram os seus senadores que votassem no "cabeçudo, baixinho, mas inteligente", segundo palavras do próprio presidente. Em seus cálculos se ele for reeleito, mete mais dois na Suprema Corte. Se vocês, negros, mulheres, macumbeiros, homossexuais e favelados, soubessem o que isto significa estariam arrancando os cabelos. Mas como não sabem, é o que diz o ditado: "O que os olhos não veem o coração não sente." Avante, República Fundamentalista Evangélica!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Variante vinda da África

Não adianta ser indiferente ou não tomar partido da desgraça alheia. Se você vive no mundo pode ser atingido com o sofrimento do outro. Não funciona morar num prédio da zona-sul do Rio de Janeiro e viver cercado de favelas. O garoto que você menospreza no sinal é o mesmo que vai dar um tiro no seu filho amanhã. Isto acontece agora com a variante descoberta na África. Vivemos num mundo globalizado e sem fronteiras espaciais. É gente indo e vindo o tempo todo. Não vale estocar vacina ou comida se o outro não tem nada disto. Um dia inevitavelmente ele irá bater à sua porta. Seja através de um vírus ou como imigrante. Mesmo que precise viajar dias num pequeno barco furado fugindo de uma guerra. Nós sobrevivemos por causa disso, lembra da teoria da evolução? A pulsão de morte e a pulsão de vida precisam caminhar juntas. Independente de você acreditar em Deus, na medicina, no governo, ou na indústria farmacêutica, caso você vá para o carnaval ou para as festas de fim de ano, você terá de assumir o risco de o vírus comer o seu cu, independente da sua idade e orientação política.


terça-feira, 30 de novembro de 2021

Bolsonaro e Aristides

Eu amo essa história... Do cara que foi criado na carreira militar, mas que no fundo sente afeição por outros homens, e vive uma paixão ardente por seu colega de quartel, mas os dois não conseguem assumir isso publicamente. Ele vive atormentado. O  filho também não pode dar testemunho da sua sexualidade. A mulher o trai porque não consegue segurar seu desejo como ele. Acho esta história tão bonita... A sociedade com a religião e a sua cultura não deixam o cara se entregar às suas inclinações. Ele com raiva começa a combater os que sentem o mesmo que ele. Eu imagino Bolsonaro abandonando tudo, presidência, Lula, bolsonaristas, e o cacete a quatro, e indo encontrar Aristides que o espera sem camisa manejando um barco em frente a uma cabana numa ilha do Pacífico. Seria um fim tão bonito. Pena que a vida é tão amarga e cheia de contratempos.

Tempo a Perder

Não importa quem eu sou. A última despedida, pode ser sempre a última despedida de todas. Pois eu não tenho tempo a perder. Mas o que é perder tempo? Depende do que cada um traz dentro de si. Para alguns perder tempo é ir a uma festa quando se pode trabalhar ou estudar. Para outros contemplar a natureza em silêncio é ganhar tempo. Não importa. Eu não tenho tempo a perder.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Literatura de Compadres e Comadres

Português corretíssimo.

Ausência de clichês.

Pontuação perfeita.

Falta de baixo calão.

Literatura de compadres... e comadres.

Inúmeros títulos.

Estudos acadêmicos.

Adotados em escolas.

Prêmios em concursos.

Literatura de compadres... e comadres.

Sem sangue.

Sem sexo.

Sem ódio.

Sem ressentimento.

Literatura de compadres... e comadres.

Cantatas poéticas.

Saraus, tertúlias.

Vozes sonolentas.

Bocejos.

Literatura de compadres... e comadres.

Vírgula milimétrica.

Decantar o amor.

Escrever à noite.

Sobrenome pomposo.

Literatura de compadres... e comadres.

sábado, 27 de novembro de 2021

Resignação na Pandemia

A pandemia levou pessoas, oportunidade, e lucidez. Para uns uma catástrofe, em outros casos bem menos, e ainda tiveram aqueles que conseguiram "crescer" com ela. O povos em sua maioria não aceitam as medidas de prevenção, e desconfiam da ciência, pois preferem negar o lado trágico da vida. Buscam culpados por sua sorte. Eles querem resolver as suas necessidades de carência, e na ânsia esquecem que este é um impulso de preservação da vida; assim como lavar as mãos, usar máscaras, e manter a distância. Os governantes obedecem às vontades da massa com medo de sua censura. Ser livre totalmente não é utopia para quem vive em sociedade? Com todo o revés que a pandemia tem causando, se vier um novo confinamento eu tentarei ir atrás de resignação.