O artista precisa ser livre. Ele não deve ser obrigado a seguir partidos, religiões, ideologias, gêneros, movimentos sociais e mesmo culturais. A arte nasce da mais pura abstração. Ela é um meio que se esgota em si mesmo e não um fim. Arte é catarse, instinto, e possibilidade de sublimação. Ela pode nascer em determinada localidade com certa cultura ou raça, mas não pertence a ninguém. Desde o momento em que floresce ela se faz livre.
Quem coreografa os cardumes, as revoadas e
rege sons da floresta? Enquanto existir vida existirá arte independente da moda
do momento, das orientações de mercado ou regimes políticos. Censurar artistas
do passado, fora de contexto, é sinal de que não aprendemos nada com a história.
Impor limites aos artistas para criarem apenas sobre o que nos é conveniente,
dilacera a força motriz da arte que é a criatividade.
Na arte é onde podemos viver nossos sonhos e
fantasias e nos livrar de nossos desejos inconciliáveis com a realidade. Sempre
existiu e sempre existirão trabalhos artísticos que não agradam a determinados
indivíduos. Mas qualquer preconceito, seja ele linguístico, ou estético, é limitador.
Ela, a arte, precisa ser livre para poder fluir.
Dentro de uma democracia é preciso respeitar limites justos e necessários. Então a arte assim como qualquer outro trabalho, hobby, ou crença, serve para nos libertar e dar ludicidade às nossas vidas. Quem sabe pensar sobre ela, criar, e mesmo sofrer com. A arte não pode ser uma instituição onde se tem uma orientação exata do que deve ser feito. Só existe criação na liberdade e só existe liberdade na criação.