Snoop Doggy Dogg foi ao programa da Oprah Winfrey. Quando ele sentou no sofá, a apresentadora, antes mesmo de saudar a plateia perguntou: você fuma maconha? E Snoop respondeu: exceedingly. Ou seja, excessivamente. Oprah abanou o ar com a mão e disse, está um cheiro aqui, que chegou a empestear todo estúdio. A plateia veio abaixo. Um minuto de risos. Snoop disse: é que esse baseado é o baseado do mês! E Oprah perguntou: como assim o baseado do mês? Ele explicou. Eu tenho um cemitério. E Oprah fazendo graça, eu não sabia... A plateia sorriu. Snoop disse: é um cemitério de pontas. E quando eu encho um potinho com as pontas do mês inteiro, eu tiro aquela erva curtida de dentro de cada cigarro, e enrolo um único baseado do tamanho de um charuto enorme, e isso aconteceu hoje! A Oprah disse: quer dizer então que eu fui sorteada? Sim, você foi sorteada! A Plateia desabou. O YouTube não permitiu que o vídeo fosse postado.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Adriano
Adriano, eu moro aqui na Penha, e este lugar realmente tem alguma coisa inexplicável. Até escrevi um livro sobre isso. Adriano, todo mundo sabe que o teu problema não é droga, e sim bebida. Você está doente, e tem que se cuidar. Pois tem um vício que leva a outro vício. E provavelmente tudo começou com uma depressão que você não cuida. Dá para ver em teus olhos. A depressão assim como o alcoolismo é uma doença que tem tratamento. Existem esses grupos de doze passos que funcionam. Mas cuidado para não culpar a bebida e o sexo pelos teus fracassos, ao invés de reavaliar o teu pensamento. E cuidado também para não substituir alguns vícios por outros, tipo, comida, videogame ou fanatismo. Eu sei que você vai enlouquecer se tiver que abandonar determinadas amizades e lugares. Mas dependendo do caso, isso se torna necessário. Ninguém afunda ninguém, Adriano. Cada um é que se afunda sozinho. Você falou em desistir, e parar de jogar. Após um jogo em dois mil e nove, eu fui dormir emburrado, pois estava colocando fé que com aquele time dava pra ser campeão. Mas sabia que a gente não podia perder aquele jogo. Eu deixei de acreditar assim como você está deixando de acreditar agora. No dia seguinte aquele jogo todo mundo disse: Já era! Mas vocês começaram a embalar. E a cada jogo que passava, eu me perguntava: será que vai dar? Você é o jogador mais forte que eu já vi jogar. Eu me lembro de que pisava na bola e a protegia com o corpo, e o zagueiro que trombasse contigo se dava mal. Você com a tua cabeçada, e o teu chute forte. Sempre a espera do próximo duelo, a gente começou a fazer as contas e a dizer que dava. Nunca valorizei tanto os minutos passados como naquela final. E cada um que passava me dava um alívio igual aquele vento que passa no rosto numa tarde de calor. Quando o juiz deu o apitou final e apontou o centro do campo, eu senti uma emoção que só havia sentido pela última vez naquele gol do Pet. Saí correndo portão afora, gritando de felicidade. Eu não acreditava mais na recuperação do Flamengo, e você me fez acreditar que a gente junto conseguiria. Espero que você agora aceite que eu te diga que você pode se recuperar. Não que a gente dependa de você, pois nós não podemos depender de jogador. Até porque o nosso time, é a nossa torcida, e não os nossos jogadores. E você criado no clube, sabe muito bem disso. Mas sim pelo que você já fez pela gente. É uma forma de gratidão. Por isso nós te aceitamos de volta. E tomara que você faça a sua parte. Não pela gente, mas por você mesmo, Adriano.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
As Minhas Mãos São Feias
As minhas mãos são cheias de calos. Calos do instrumento que toco precariamente, e outros calos. Calos nas pontas dos dedos. A ponta do meus dedos são queimadas, por falta de atenção. Eu faço um força terrível para não roer unha. Não sei cortar as unhas, e sempre que as corto sem ajuda, acabo arrancando um pedaço de pele. Mas o que há de feio em minhas mãos não é fruto de um trabalho pesado. Embora escrever me deixe com dor na coluna por conta da má postura. Elas são feias talvez em respeito a uma tradição familiar. Pois as mãos da minha mãe cheiravam a água sanitária. Por isso sempre que vou comer em algum lugar escondo estas mãos que pressionam as teclas. Que apesar de limpas, são feias. As minhas mãos estão sempre embaixo da mesa. Já cuidei das minhas unhas, mas não deu, elas chamavam ainda mais atenção para o resto. Por isso que as minhas mãos em determinadas situações estão enfurnadas em meus bolsos. Pois elas são os olhos do tímido.
domingo, 7 de outubro de 2012
Dia de Eleição no Subúrbio
Dia de rever os amigos de infância. Pois eles sempre voltam para almoçar em família na casa da mãe que continua morando na mesma casinha que irá morar pelos próximos cem anos se deus quiser. Dia de saber que o cara mais inteligente da turma não ficou rico. E que aquela menina pela qual você era apaixonado acabou se casando com aquele mané, e que hoje ela está gorda e que traz três filhos na bagagem. Bem feito pra ela. Dia de ouvir na fila para votar que todos os políticos são safados. Dia de pensar em quem vota nesses políticos safados. Dia de no final da tarde olhar aqueles carros lotados voltando para outros bairros distantes, e de entrar no ônibus cheio de crianças e bolsas. Mas ninguém deve ligar muito para saber quem foi eleito.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
De Saia Curta e Salto Alto
Ela chegou à festa com aquela saia que mesmo para os padrões dos tempos em que as mulheres são essenciais para a política central do ocidente, num tempo em que o que é bonito é para ser mostrado, num tempo em que posar nua é sinônimo de trabalho, e de eu sou independente, mas você paga a conta. A saia era um escândalo. A tia chegou abafando e logo pegou no colo o menino ainda em trajes de pagão. Alguns homens engoliram em seco como de costume. E disseram em pensamento: gostosa! Num tom que dava a entender que isso era uma ofensa. E as mulheres, despeitadas ou não, diziam: que saia! Algumas olhavam mais com admiração do que inveja. Daquele mesmo jeito que alguns homens olham. A tia pegou o aniversariante no colo e fez todas as firulas possíveis para que todos vissem o seu útero. Agachou, pulou, e sentou de perna aberta. Falou praticamente com todos os homens acompanhados da festinha de um ano. Com aqueles com quem tinha, e que não tinha intimidade. Alguns ficaram até com medo de se levantar da mesa, para não sofrer um achaque íntimo. Naquele dia metade dos casais que foram à festa dormiram brigados. A outra metade comentou o acontecimento. O aniversariante dormiu no colo da tia entre dois belos melões. A tia dormiu feliz da vida em sua cama de solteira. E lá vêm as festas de final de ano. Boa sorte a todos!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Avenida Brasil
Aeroporto. Tiro. Carro na contramão. Falsa blitz. Pedra arremessada de cima da passarela. Engarrafamento. Tiroteio. Xingamento. Foda-se. Vai tomar no cu todo mundo. Calor pra caralho. Mendigo andarilho. Criança abandonada vendendo bala no ônibus. Ônibus lotado. Duas horas parado. Pardal. Atraso. Garrafa de plástico arremessada pela janela. Alagamento. Intransitável. Bandalha. Mixórdia. Pedinte. Vendedor ambulante. Pregação. Isopor com cerveja. Boca perto da pista. Maconha palha. Propina. Motel pra trepada com colega de trabalho na hora do almoço. Travesti se prostituindo em ruazinha transversal. Propagandas. Forró. Falsas propagandas. Palavras de ordem. Utopia. Hospital público lotado. Escola de nível médio para trabalhadores que sonham. Pedofilia. Necrofilia. Turismo sexual. Cachorro vira-lata com o pelo caindo. Idoso. Deprimente. ONG corrupta. Barracos amontoados. Pichação. Falta de privacidade. Lixo cobrindo bueiro. Arrancada. Atropelamento. Estresse patético. McDonald`s. Habib`s. RJ TV. Wagner Montes. Frentistas com celulite. Batidas. Ausência de riqueza. Ausência de beleza. Pobreza sistemática. Corrupção impregnada. Omissão. Atitude duvidosa. Falta de amor próprio. Ilusão constante. Otimismo arcaico. Pessimismo. Artista mimado. Carro tocando pagode com ar condicionado. Gênio incompreendido. Lixão cenográfico. E não aparece um tufão pra acabar com isso tudo.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
12h25min
Ele não ouve mais a professora. Já guardou o material. Olha o relógio. 12h20min. O sinal toca. É o primeiro a sair. Corre. Ignora os gritos de pera aí! Atravessa o portão. Passa por um carro de polícia. Correndo. Sem medo. Hoje Não. Tô com pressa. Quase pisa na mercadoria de um vendedor ambulante. Atravessa com o sinal aberto. Quase é vítima de atropelamento em frente ao shopping. Buzinas. Mais buzinas. Não ajuda uma velhinha atravessar a rua. Quase derruba uma velhinha na saída do supermercado. Corre. E corre de novo. Passa por seu avô jogando baralho na praça. Não dá a mínima. Corre. A menina vem com duas amigas conversando tranquilamente. Descendo a ladeira. Ele está ofegante. Ela diz: deu tempo? Ele diz: sim. Um filete de suor escorre das suas têmporas. Ela dá um beijinho seco nos lábios. Ele segue em silêncio ouvindo a conversa das amigas. Ela pergunta: tudo bem? Ele diz: sim. Ela sente a mão dele suada. Ele olha o relógio da praça. 12h25min.
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