sexta-feira, 29 de maio de 2020

Kogonada, Collage e Found Montage


Kogonada

Kogonada é um diretor norte-americano de origem sul-coreana. O conjunto de sua obra é marcado por vídeo-ensaios de curtas-metragens que utilizam como referência obras de cineastas reconhecidos. Onde é perceptível a utilização do found montage e da collage. No presente trabalho será abordado o uso destes conceitos na composição de uma dupla de filmes seus; que além de estudos, são homenagens ao cinema.


What is Neorealism?

“Acho que não devemos falar de collage quando nos referimos ao cinema. Devíamos falar sobre montage.” (apud, Sonia García, Laura Gómez, 2009, pg.1). Ao pensar sobre o filme What is Neorealism? (2013) é importante introduzir esta frase de Bruce Conner. Kogonada compara a montagem do diretor italiano Vittorio De Sica, de seu filme Stazione Termini com a do seu produtor David O. Selznick. Kogonada justapõe os cortes de ambos para fazer sua comparação. Faz uma breve análise da montagem onde mostra a diferença entre o Neo-Realismo e o Cinema Clássico Americano. Tece observações sobre a demora dos planos. Pois para Vittorio De Sica, a caminhada de um personagem pode ser vista completa. Enquanto David O. Selznick se importa  apenas com o apontamento da movimentação do personagem. E se na visão de Vittorio de Sica os figurantes são importantes para compor a estória, no caso de Selznick eles são desnecessários e atrapalham os ícones do star system. What is Neorealism? É uma collage de found montage que através da apropriação artística cria uma obra que em sua metalinguagem pensa justamente a montagem, que nas palavras de Bruce Conner deveria ser o que chamamos de colagem.

Mirrors of Bergman

No filme Mirrors of Bergman (2015) Kogonada mostra mulheres e espelhos, duas obsessões do cineasta sueco Ingmar Bergman. No corte do diretor é possível ouvir em off  a narração de um poema de Sylvia Plath chamado The Mirror enquanto ouvimos ao fundo a obra de Vilvaldi Concerto for Two Mandolins. Sylvia Plath inspirada no filme Nära livet escreveu o poema Three Womem sobre as mulheres de Bergman. Nesta curta Kogonada trabalha com vários fragmentos de Bergman em que o cineasta pôs mulheres junto a espelhos. Kogonada ao seguir a mesma métrica tem mostrado sensibilidade na análise das marcas de outros diretores, e produziu filmes como:
Kubrick // One Point-Perspective (2012), Ozu // Passageways (2012), Sounds of Aronofsky (2012), Malick // Fire & Water (2013), The World According to Koreeada Hirokazu (2013),  Hands of Bresson (2014), Wes Anderson // Centered (2014), Eyes of Hitchcock (2014), Way of Ozu (2016), Goddard in Fragments (2016).

Referências
Goldsmith, Kenneth (2015). Escritura no-creativa: Gestionando el lenguaje en la era digital Buenos Aires: Caja Negra Editora
in LÓPEZ, Sonia García e VAQUERO, Laura Gómez (2009). Piedra, papel y tijera – el collage en el cine documental. Ayuntamiento de Madrid e Ocho y Medio.
https://www.academia.edu/43195146/Kogonada_Collage_e_Found_Montage

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