quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Amelinha...

não era qualquer música. era Frevo Mulher. do Zé Ramalho. e isso para um suburbano que gostava de festa junina e quadrilha, deveria dizer muita coisa, sendo que essa era uma das músicas mais tocadas. e uma das preferidas dos grupos folclóricos. penso que aquela gravação é impecável. uma das melhores da música brasileira! musique. music. Amelinha é esta cantora. eu conheço a sua voz. a sua voz única. Amelinha deu sorte com a natureza. pois tem um timbre peculiar. e seu estilo não é aquele, você canta em lugar tal... num camelô no Ceará numa negociação em que envolveu uma coletânea do Moreira da Silva, consegui negociar uma coletânea da Amelinha. não era apenas uma cantora que me lembrava a minha infância. a sua música é viva. ela não deixa nada a desejar aos seus conterrâneos, contemporâneos. já ouviu aquele disco O Pessoal do Ceará com Amelinha, Belchior e Ednardo? e essa gravação do Dia Branco de Geraldo Azevedo? ela está ligada ao que existe de melhor da música brasileira, moderna, original. assim como a música de Minas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Henry Miller...

Henry Miller vai para o inferno e arrasta o leitor junto. e depois ele te mostra a luz. talvez por isso o nome de sua trilogia se chame A Crucificação Encarnada. ele mesmo diz que um homem para chegar ao paraíso tem de conhecer o inferno primeiro. sendo ele o narrador, memorialista, até onde é possível, Henry Miller divide o ponto de vista com você. fazendo com que experimente suas vivências. você se vê transladado para os sentimentos de Miller. em algum momento se sente confortável. Henry Miller disse que um homem que nunca sofreu com as suas próprias neuroses, não sabe o quê é sofrer. é isso que ele nos apresenta. as suas neuroses. da mesma forma que o esgoto exposto do Brooklyn em A Primavera Negra. Henry Miller disse que se tivesse lido o Tao Te Ching antes não teria sofrido com todos aqueles conflitos. acredito que no Big Sur ele tenha dito que não guardava mágoa de ninguém do passado. essa é a mesma impressão que se tem ao ler Henry Miller. a insatisfação de não ter lido, ou compreendido Henry Miller antes. Henry Miller é libertário. leia o início de Trópico de Câncer em que ele se diz. não tenho dinheiro, nem recursos, nem esperanças. ele afirma. sou o mais feliz dos homens vivos! ou aquela passagem de Marússia. em que ele responde ao homem que diz que os americanos são ricos, Henry Miller diz que eles são ricos, sim, ricos de espírito, que ele não tem dinheiro, mas que irá para Atenas, e que vai conseguir o dinheiro para comprar a passagem. Henry Miller ficava feliz por qualquer coisa, pois sabia que não tinha nada. uma passagem de um livro. uma paisagem. o cheiro de uma comida. um rosto de uma mulher. tudo é sublime porque estar vivo é uma sorte. ele destruía o mundo para depois edificá-lo ao máximo. era forte como Walt Whitman, ou Blaise Cendrars, homens que admirava. o seu ponto de vista é sem maquiagem. para Henry Miller não existe gênero, raça, cor, nacionalidade. ele ri de si mesmo. detesta a si mesmo. e ama o ser humano, fingido e patético. ele amava viver. simples. talvez por isso continue vivo em seus livros. clichê. Henry Miller publicou seu primeiro livro depois dos quarenta anos. incentivado por Mona ele foi para a França. havia abandonando tudo para escrever. emprego, família. aprendeu uma nova língua. depois recomeçou a vida em Big Sur. com as dificuldades de se morar em um local isolado, criar crianças, e levar uma vida simples. com a qual se aprende muito. Henry Miller encarou a si próprio para recomeçar. E morreu velho. como morrem os homens sábios.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Rio de Janeiro Lugar Limpo e Pacífico...

você olha a manhã pela janela. faz um dia bonito. você diz. eu vou comprar pão, e aproveitar para pegar um solzinho. os pássaros estão cantando em frente a sua janela. o beija-flor bebe a água que você deixou para ele num daqueles troços de plástico que vende na feira, e que têm flores artificiais em volta. você caminha olhando o céu azul. na esquina da padaria um caminhão arrasta um carro e uma árvore. começa a esquentar. a temperatura. e as pessoas. você vê o trocador do ônibus dizendo ao motorista, que palhaço! o motorista olha para o retrovisor com aquele olhar de gavião. de rabo de olho. ele bufa atrás do volante. parece que vai jogar o ônibus em cima do carro do cara. na entrada da favela você vê os policiais abordarem três moleques pretos. de mão pra parede. eles devem ter entre treze, e quinze anos. o moleque do banco da frente diz. tenso. o senhor está discutindo com três mulheres com uniforme da Claro. ele grita. você não é a gerente! você é a gerente?! a mulher grita ao telefone. manda ele pro inferno, Soraia! os camelôs saem correndo. aconteceu alguma coisa. mais, mas, o quê? você olha as imagens do arrastão na tevê. você está em pé em frente aquele pé-sujo. você olha as pessoas correndo na praia. você diz pra mulher. caralho, anos noventa!

sábado, 19 de setembro de 2015

Fatmagul! 3

Resat Yasaran cospe para o filho. e para o sobrinho. idiotas! nós demos tudo a vocês para quê? para que no final vocês se comportassem como animais! a decoração da sala é suntuosa. Yasaran parece um bicheiro. ele tem relógio e cordões. anda de camisa com o botão de cima aberto. e sempre põe a mão no quadril e a outra para o alto quando dá esporro. o velho de barbicha branca insinua. ele é o dono do vilarejo. ele é o dono da cidade. o playboy de olhos verdes e barbicha serrada, primo de Selim Yasaran, ele não tá nem aí! ele olha para a secretaria. Resat Yasaran é grisalho. magro. Resat tem uma presença imponente. ele é impetuoso. implacável com os inimigos. ele estraçalha. bate na cara do filho. a noiva do filho viu. ele olha para eles, e diz que se eles saírem da linha outra vez, eles não imaginam do quê ele será capaz. de maneira intrínseca insinua de que pode passar por cima do vagabundo miserável. ele seria capaz de matar o próprio filho. é isso que ele quer dizer. o irmão fala no mesmo tom. o primo de Selim olha para a secretaria com olhos de gavião, mal sabe ele que ela é a comidinha de Resat. eles são uma família de mafiosos. o irmão de Resat fala com o filho, e com o sobrinho no mesmo tom. antes de sair da sala eles ficam sabendo que irão trabalhar. e trabalhar. a mãe de Selim sofre tremendamente. o pai da noiva liga para saber que história é aquela nos jornais. é impressionante o diálogo de Selim com o pai. é um pingue-pongue. a mãe de Selim sofre horrores por causa do filho. ela vê o quanto o filho se parece com o marido. o filho só está preocupado em proteger seu casamento e o negócio do pai. e o pai consequentemente. em nenhum momento eles pensam em Kerim ou em Fatmagul. Da mesma forma que Mustafá só se preocupa com a sua honra. que ele diz que está manchada, mas que ele irá limpar com sangue. em nenhum momento se refere ao sofrimento de Fatmagul a mãe morrendo pede que ele jure a ela que não vai fazer nada. mas Mustafá é sangue no olho. só pensa em vingança. ele diz que não pode prometer algo que não vai cumprir. Mustafá queimou a casa em que ele ia morar com Fatmagul. tão grande é seu ódio. a noiva já sabe. sofre. o seu pai liga para Resat. ele quer esclarecimentos. tanto ele quanto o filho negam aquela história. quando uma mulher vai a casa de Fatamagul pegar de volta a aliança, ela diz, não mate o mensageiro! Kerim marcou uma conversa com os playboys. eles estão dentro de um iate. o clima fica tenso como num filme de Hitchcock vira um tríler psicológico. Kerim diz que não suporta ficar perto da garota. que fica olhando para ele. ele não suporta ficar perto dela. ele está atrelado a ela. eles não. ele diz que eles são uns vermes. depois que o Kerim saí e deixa os parasitas sozinhos. eles conversam entre si. nenhum deles tem conseguido dormir. na hora em que Kerim avança a mão para segurar o copo. Fatmagul vê a marca em seu braço. a marca daquela noite. ele puxa a manga da camisa. ela olha para ele com ódio. eles estão naquela pensão em Istambul. Fatmagul está sentada numa cadeira. de costas para janela. é possível ouvir a voz do seu irmão em off. Fatmagul, onde você vai? espera Fatmagul! Mustafá acorda o careca com as duas mãos em seu pescoço. Mustafá diz, você vai me dizer tudinho o quê aconteceu aquela noite. o careca diz para os playboys. idiotas! ele é um advogado de porta de cadeia. será tio de Selim? o careca logo se recompõe, e com a sua frieza leva Mustafá na conversa. a trilha sonora é passional. o cenário da pequena cidade praiana de pescadores, é paradisíaco. idílico. mas eles sofrem. a pressão psicológica é insuportável. o careca diz a Mustafá que não é nada disso. e que Fatmagul é que armou aquela história de estupro. Mustafá leu o jornal. em sua fúria só ele havia dado uma passada na casa de Kerim. ele só não bateu em sua tia. mas quebrou tudo que viu pela frente. e com todo ódio cortou o nome de Kerim escrito na árvore. Fatmagul olha para o canivete em cima da cama. ela pega o canivete. e vai enfiar em Kerim que dorme. ele acorda. e segura a sua mão. saí batendo a porta. logo após, ou antes. Fatmagul se senta de costas para a janela. é tão linda Fatmagul... parece uma menina brasileira de verdade. deve ter uns vinte anos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Samo Está Morto Basquiat Está Vivo!

Samo is dead. Basquiat está vivo. andando por aí. Basquiat caminha no centro da cidade. anda de um lado para o outro com a pilot na mão. rabisca frases aparentemente desconexas nas paredes. no banco do busão. breath teeth. Basquiat vaga pela cidade. dorme pouco a noite. no sofá de amigos. aqui e ali. mal tem onde dormir. come sanduíches de queijo. anda com roupas folgadas para o seu corpo. o seu cabelo tem um corte peculiar. reconhecível. Basquiat diz que não tem nada diferente para falar. diz que não se lembra do quê sente raiva. Basquiat deu uns pegas na Madonna antes dela ficar famosa. Madonna tem apenas três músicas na época. Basquiat já tem uma obre imensa. sua namorada Vênus, Suzzane, parte pra cima da Madonna na Roxy. Basquiat pinta sobre a briga. Basquiat tem uma banda de jazz. instrumental. e ele quem nomeia as músicas. uma delas se chama Mona Lisa. Basquiat tem uma banda chamada Gray. é um som experimental. será minimalista. não sei. Basquiat caminha sobre os corpos dos viciados em Heroína que infestam o Soho. Basquiat dorme e trabalha no estúdio. vende seus cartões postais com embalagens de bala. Basquiat pinta ouvindo jazz. John Coltrane. escuta David Byrne. pinta ao som da música. faz isso compulsivamente como se fosse a única coisa interessante a ser feita sobre a Terra. Basquiat começa a usar cocaína. fica paranoico. cobre as paredes do estúdio de preto e branco para não ser visto. diz que o serviço secreto está atrás de si. desconfia das pessoas. começa a usar heroína. saí na capa da New York Sunday Times. Basquiat está de terno. mas do mesmo jeito em que podemos encontrá-lo quando pinta. o cara que promove a arte de Basquiat chega ao estúdio. não necessariamente nessa ordem cronológica. Basquiat está chapado de ópio. Suzzane diz que quando Basquiat usa cocaína a sua pintura é mais detalhada e que quando ele está chapado de heroína, a sua pintura é mais expressionista. Ela consegue perceber. Basquiat vende um de seus postcards para Andy Warhol. um desses que valiam dois dólares e que hoje valem uma fortuna. Basquiat decora apartamentos de yuppies de Wall Street viciados em cocaína. que recebem o pó no açucareiro. a sua arte se torna um comodities. Basquiat expõe junto com Andy Warhol. a crítica detona a exposição. Basquiat está deprimido. paranoico. parecendo um velho de oitenta anos. Basquiat morre de overdose. Basquiat morre aos vinte e sete anos. assim como todos os grandes. Jimi Hendrix. Kurt Cobain. Jim Morrison. Janis Joplin. Amy Winehouse...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Casa da Família...

a casa vivia cheia. eram muitos filhos. eles se reuniam a noite em volta da televisão. iguais famílias de civilizações antigas se reuniam em volta da fogueira. o pai e a mãe conversavam até tarde. todos os dias. mesmo depois que os filhos já estavam dormindo. durante a manhã era aquele alvoroço. e o batalhão, como dizia a mãe, se arrumava para ir à escola. o pai e a mãe saíam trabalhar. nos finais de semana, aos domingos, eles tomavam o desjejum juntos. o pai ia cedo a padaria comprar pão, a mortadela, o leite, e trazia o jornal. eles sorriam. e juntos faziam aquele almoço suntuoso. depois que a mãe morreu todos foram embora. o pai foi  o último a abandonar a casa. agora eles pouco se vêem. se falam sazonalmente. e se cumprimentam educadamente. é como se fossem estranhos. isso quando não param de se falar. a casa está vazia, mas ela continua respirando. é como se sentisse a falta deles. e ainda é possível ouvir suas vozes. e se deparar com o vulto dos vivos. mas isso já é passado. assim como o início do texto que você acabou de ler.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cadê Você Meu Querido Henry?

ontem eu me lembrei de você meu amigo Henry. de quando você descia a rua gingando e sempre trazia uma carta na manga. você se virava e me dizia, hei, man! está com sede? eu dizia. estou. você me perguntava. quer tomar Coca-Cola? eu olhava para a cantina da escola, e dizia. mas eu não tenho dinheiro. e você me dizia, eu perguntei se queria beber Coca-Cola. não perguntei se tinha dinheiro. você via alguém sentado no pátio com a Coca as suas costas. alguém cujo pai devia dar mesada, e daqui a pouco você aparecia com uma Coca-Cola. e matava a nossa sede. e a gente dizia, amo muito tudo isso! eu me lembro quando você se deitava no chão se fingindo de morto. enquanto eu e os moleques da rua acendíamos uma vela ao lado do seu corpo. e te cobríamos com jornal. você com os pés para fora do jornal... a gente adorava quando vinha uma daquelas senhoras, olhava e dizia, coitado, que pena dessa mãe! elas acreditavam que era apenas mais um daquela época que havia sido morto. e a gente caia na gargalhada. eu me lembro que quando a aula estava chata, você entrava na secretaria para roubar as carteirinhas, enquanto eu sempre o mais medroso e o mais covarde, apenas vigiava. você pegava de volta, a minha carteirinha e as sua já com a presença carimbada em azul. e a gente caia fora. ou pela porta da frente. ou pulando o muro. e estávamos livres! livres! eu me lembro de quando não havia dinheiro para comprar fichas de fliperama, e você dava um jeito. para tudo que fosse verdadeiramente importante você dava um jeito. eu me lembro de você travando as bolas do totó. ou virando a mesa para que a ficha caísse. ou pegando um pedaço de arame. para tudo você tinha uma solução. até quando aquele cara mais forte que todos nós resolveu nos bater... e você veio com aquela. eu me lembrei de você meu amigo Henry! e me lembrei de como nós éramos inteligentes naquela época, criativos, espontâneos. quando a mentirinha chamada sociedade não conseguia nos ludibriar com a sua aparência sã. mas você sumiu no mundo... e a gente acaba "crescendo", e ganhando essa aparência de "saudável". de sensato. e temos de sufocar tudo aquilo que cala fundo em nosso coração. pois os clichês quase sempre são verdadeiros e temos de fingir que não acreditamos mais em nada daquilo. e que tudo que pensávamos era coisa de gente inocente. como se toda aquela rebeldia utópica não fosse verdadeira. aí nós temos que fingir, que acreditamos em toda essa mentira. em todo esse circo que os homens criaram. para que a gente possa se parecer com os idiotas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Qual é a Contrapartida do Artista?

o seu trabalho.
o que o artista faz para contribuir com a sociedade?
o seu trabalho.
assim como,
o médico, o professor, o gari...

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Pai da Menina do Vídeo que Vazou na Internet...

a menina está deitada na cama. ela acabou de descobrir que o seu corpo está exposto por toda a internet. todo mundo acordou podendo ver seu corpo na rede mundial de computadores. em cada parte do globo que existisse um mínimo equipamento que se conectasse a internet poderiam ver seu copo. ele agora era de domínio público. a intimidade que ela tanto tentara preservar, até a sua noite de núpcias com o namorado. como ele, dizia. estava em toda a rede mundial de computadores. ela queria ser descolada como uma daquelas mulheres que exibiam os seus corpos em revista sem o menor constrangimento, talvez não fossem ligar para nada daquilo. ela não era uma mulher posando ganhando milhões para tirar a roupa. não. ela havia tirado a roupa para o namorado. e não ia depois de aquilo dar entrevista, ou subir para a cobertura de um prédio. ela teria de encarar as pessoas no dia a dia. na escola. na rua. os vizinhos. o ataque havia começado. quando ela abriu o seu Facebook, já havia mensagens sobre o seu peitinho. Suzana só tinha uma certeza. ela iria dar um jeito de se matar o mais rápido possível. agora ela não entendia porque o pai viera até ali. porque ele não a deixava sozinha. ela estava com a cabeça embaixo do travesseiro de tanta vergonha que sentia. o pai sentou a cama, e ela sabia que ele iria contemporizar. e tentar dizer alguma coisa que desestimulasse uma atitude mais drástica. Jorge sabia que era jogo perdido tentar chamar atenção da filha. o pior de tudo já havia acontecido. quando ele se dirigiu a ela, e disse, Suzana, ela disse, eu tenho vergonha de você. a voz de Suzana parecia saída de um túmulo. de um buraco muito escuro. Jorge disse, pior do que isso, eu fiz abandonando você ainda criança. Jorge continuou. sabe Suzana, o quê você fez, está feito. e você vai sofrer as consequências do quê fez. agora, eu te pergunto. quem nesse mundo todo, de bilhões de pessoas, que vai assistir a esse vídeo ou a essa foto. quem deles se preocupa verdadeiramente com você. quem deles já te perguntou algum dia, como você estava se sentindo, ou te ofereceu alguma coisa. ou mudou de opinião por algo que você disse ou pensou. você é apenas uma Suzana. existem milhões de Suzana. você vai se matar, por isso? mas e as pessoas da escola da minha família. o pai disse, filha. a gente se muda. faz o que for. mas a vida irá continuar. e a partir de agora esse vídeo faz parte da sua história. não para te lembrar que cometeu um erro. mas sim, que a vida continua. pois ela sempre continua, independente de você.