quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Caçador de Androides - Philip K. Dick

eu li o caçador de androides. e gostei da caixa de empatia. do Mercerismo. ou seria Cristianismo, Budismo, ou Islamismo... são metáforas do livro. e o teste Voight-Kampf para detectar os androides que ao que me parece são psicopatas, assim com a maioria de nós, que assim como psicopatas, nós homens da sociedade moderna somos mais inteligentes. e o preconceito contra os especias, que ao que me parece tem uma especie de esquizofrenia. assim como a maioria de nós. eu sei disso porque me observo. e o observo os outros. ainda existem homens "santos" que conseguem suportar todo esse estresse de viver numa grande cidade, competitiva, perigosa e veloz. as vezes corremos sem saber porquê. e na maioria das vezes nossa correria não nos leva a nada. ao invés de desejar mais, desejar menos, cada vez, menos. mas com a mídia nos aplicando um tratamento de choque, em que logo depois caímos numa Síndrome de Estocolmo amando aos nossos inimigos. mas na maioria das vezes, reagimos de maneira violenta. temos uma crise dos nervos, entramos numa escola atirando, temos um enfarto, ou esganamos o pescoço mais próximo. a gente segue comendo mais, bebendo mais, fantasiando mais, se drogando mais, trepando mais, consumindo mais, rezando mais, fazendo cada vez mais festa, e se entediando cada vez mais com todo o excesso. pois ninguém pode ser tão feliz. a nossa caixa de empatia é a nossa caixa de remédio tarja preta. é só engolir uma pílula. assim que funciona a caixa. é só apertar um botão. até a nossa tristeza normal, por causa do nosso vazio que a certeza da morte causa, estamos tratando com remédio. seja ele, sexo, cerveja, videogame, antidepressivo, ou esporte radical. para um tratamento com menos drogas é preciso tempo. e tempo é tudo o que nós não temos. pois somos uma sociedade dedicada ao prazer imediato. você pode até trepar com uma androide como fez Rick Deckard. não, é verdade? quantas pessoas acordam todos os dias ao lado de androides. androides com botox, bombas, enchimentos, silicones, recauchutadas, reinventadas, plásticas. bonecas infláveis. assim como no Mercerismo nos ligamos a todos. todos estamos conectados a internet que funciona como uma espécie de inconsciente coletivo. virtual. física quântica. androides incapazes de formular um raciocínio assim como os nossos analfabetos funcionais que acreditam no que o repórter, ou o pastor diz  a eles. que tem como exemplo de vida o empresário boçal. que teme os vândalos, e os quebra-quebras. o que eu mais gosto é da depressão do Rick Deckard, e de sua esposa Iran. e a falta de autoestima que é curada com a compra do animal de estimação. será que Deckard desejaria tanto qualquer animal de estimação, se eles não estivessem extintos? é parecido com nosso consumismo que paga por exclusividade. que diz que não sei o que é uma pedra preciosa só porque é rara. e a nossa incapacidade de lidar com outros seres humanos, e com outras culturas, descarregando todo nosso amor aos nossos animai de estimação. mesmo estando conectados com outros seres humanos 23 horas por dia. o que leva Rick Deckard a entrar em crise, é justamente uma trepadinha como uma androide. ah, nossos escândalos sexuais, e quem nunca pecou que atire a primeira pedra! como aquelas atiradas, Wilbur Mercer. que talvez seja uma fraude. um bufão. apesar de muito coerente em algumas colocações insatisfatórias. a polícia cobra a Rick Deckard que ele não sinta empatia por androides, para que isso não atrapalhe o seu trabalho. será por isso que amamos essas lutas em que se dá porrada no outro, e que o deixa retardado para o resto da vida, assim como ficou John Isidore. Buster Friendly que é o comediante que fica vinte e três horas por dia no ar, e que é a pessoa pública mais importante do mundo, declarou que a terra morreria debaixo de uma camada, não de pó radioativo. mas de traste. não duvido nada!

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