domingo, 17 de março de 2013

Nabocoviano

a minha esposa diz que eu me deprecio demais como artista. talvez eu seja um megalomaníaco e esteja querendo mostrar uma falsa modéstia. ou quem sabe isso se dê pelo fato de superestimar meus ídolos e pensar que alguns deles não eram de carne osso. de acreditar que nunca poderia tocar num Nelson Rodrigues, ou quem sabe assistir a um show de um dos Beatles, a ponto de declarar que nunca havia sonhado com isso. acredito que uma das maiores provas de que Deus existe, e que por isso a natureza através de suas imperfeições seja perfeita, é a passagem dos Beatles pela terra. hoje eu disse a ela: você acredita que o Nabokov era uma pessoa comum? ela me respondeu: não sei. talvez sim. isso acabou com essa ideia ídolo. ou pelo menos a partir de agora terei vergonha de propaga-la. mas acontece também, que as vezes um artista diz uma coisa querendo dizer outra. excesso de humildade é sinal de prepotência. eu assisto ao décimo terceiro apóstolo na televisão quase todos os dias. adoro quando ele diz que quem faz o milagre é deus e não ele. que ele é só um homem. supondo que ele não acredite em deus. pode pensar, porra nenhuma. porque a igreja do outro de dois canais a frente está vazia? eles bebem da minha água e tocam é, em mim! embora a gente saiba que dentro da visão religiosa, e até mesmo científica, para se ter milagre tem que ter haver fé. talvez a maioria desse pastores de ovelhas, saibam disso. talvez me depreciar seja uma estrategia de marketing, ou de vingança, por ver tanta merda ser tratada como ouro. mas também não deixa de ser uma auto analise por ver tanta gente depois de morto ser tratado como gênio sem nunca ter sido em vida. gente que os seus livros e suas músicas, não me dizem nada e só me provocam enfado e bocejos tediosos. embora reconheça que como dizia um grupo de rap das antigas, de São Paulo, estilo é que nem bunda cada um tem a sua. por isso acredito que não devemos achar que algo é indispensável para todo mundo. algumas pessoas as vezes não são dignas de determinados livros, ou talvez não consigam alcançar o seu raciocínio. mesmo que seja algo momentâneo. num país em que uma das músicas mais tocadas é uma palavra que se repete o tempo todo. é hora de repensar se não temos de agir com mais firmeza e não dar mole para o povo. no sentido de fazer algo sincero e verdadeiro para que eles comecem a repensar determinadas atitudes. em determinado momento de minha vida equivocadamente quis fazer parte do mercado mesmo que para isso tivesse que fazer algumas concessões ao meu trabalho. mesmo que meu trabalho tenha seus erros, pois os artistas também tem o direito de se equivocar. e como eu produzo muito, é aquilo que eu digo, quem fala demais acaba falando merda. recentemente passei a escrever, cantar e viver da maneira que realmente penso, me senti mais útil, "pacífico" e principalmente original. felicidade é algo relativo. independente da atenção que se possa ter. e agora falo sem porra de humildade nenhuma. pois o pouco vira muito. gostei do papa abandonar a igreja por coisas que não acreditava. independente das bobagens em que ele acredita. vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. como diria Renato Russo.

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