domingo, 9 de setembro de 2012

Câmera Não Escolhe Quem Filmar!

Ele mastigou duas aspirinas e as engoliu. Sempre fazia isso quando estava com enxaqueca. Nunca ficou provada a eficácia daquilo que a vovozinha que morreu com 100 anos havia lhe ensinado. A saudade da avó o levou a sentir saudade daquela primeira desova. Ele se lembra de ter carregado o corpo por um local ermo até a beira do lago. O mais velho naquela época o havia ensinado a carregar o corpo, e disse: é como carregar sacos de batatas! E essa saudade o levou a sentir saudades de quando podiam levar sacos de lixo pretos e enormes dentro da viatura. Ultimamente até com o kit vela vinham implicando. Uma arma e uma peteca de pó para quem bancasse o engraçadinho com aquele discurso de que eu sou cidadão. Ou de que por alguma espécie de escolha do destino, aparecesse na hora em que as coisas estavam acontecendo. Quando alguém pediu a ele que se levantasse, ele se lembrou daquele jogador de futebol flagrado com o travesti. E de um comentário na internet. Câmera não escolhe quem filmar! E elas também filmam policiais, ele pensou enquanto ouvia a  sentença da boca do juiz.

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