quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Furúnculo

A briga. Eu acabei rolando por cima da cama. Tentei me esconder. Era uma mulher furiosa com TPM, menopausa, ou sei lá o quê mais. Estava disposta a me trucidar. Depois dessa moda de homem ser picotado por mulher, nunca se sabe não é mesmo? Mas eu consegui fugir e me abrigar no banheiro. Eu sabia que havia cometido um crime. Aquilo não iria ficar barato. Mesmo que eu ficasse a noite inteira ali. Uma hora eu teria que sair. E com certeza ela estaria me esperando lá fora. A marca da traição estava no meio das minhas pernas. Ela sabia disso. Era tarde para apagar aquele rastro. Depois de algum tempo resolvi sair. Ela estava deitada na cama fingindo ler um livro, e olhou por sobre o mesmo, e por cima dos óculos. Ela já havia ralhado seriamente comigo antes. Nem que eu inventasse de dar flores ou caixa de bombons, ou carros com tele-mensagens, a essa altura do campeonato não adiantaria. Mas dessa vez eu pisei na bola realmente. Eu já havia espremido espinhas escondido. Mas o prazer dela em colocar aquele carnegão para fora era inestimável. Ela me agarrou sem dizer nada, puxou a minha calça e viu que eu havia espremido o furúnculo sozinho. Sentou na cama e chorou. Você espremeu teu furúnculo sozinho... buá... eu senti pena.

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