quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Proibição da Cerveja

Eu dei um pinote e caí sentado na Avenida Rio Branco. Quase fui pisoteado pela cavalaria do governo. Nunca vi a Rio Branco tão cheia. Florida. Nem naquela palhaçada de caras pintadas em que imberbe ainda em calças curtas servi de "massa de manobra" a interesses alheios. Mas isso é uma outra história. Eram velhos, crianças e todo tipo de gente que se possa imaginar. O centro da cidade parecia ter de volta os dias de glória da Revolta da Vacina. Os ônibus se encontravam virados. Os trens foram quebrados. Lojas saqueadas. Não restou nem a iluminação pública. Molotov. Lacrimogênio. Pedra. Ninguém entrava no buraco do metrô. E era um mundaréu de gente saindo pronto para atacar qualquer coisa que se movesse, e que direta ou indiretamente estivesse compactuando com a proibição do governo. Os bancos que não fecharam as suas portas foram apedrejados e os cacos eram recolhidos pelo asfalto. Pela primeira vez na vida senti um orgulho intenso de ser brasileiro.  Mais do que na copa do mundo. Agora tudo ia mudar. Nós íamos ter educação, cultura e saúde. Era só isso que eu queria. Nem precisava de segurança. A paz viria depois. Quando o casco da pata de um cavalo ia descer sobre o meu corpo. A minha mina me acordou. Acorda. Tá tendo algum pesadelo?

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