terça-feira, 13 de março de 2012

O Escritor

Ele não bebia e não fumava. E nem sabia o que era droga. E também era de um ceticismo fervoroso. Não acreditava em deuses ou demônios. Nem de onde nós viemos ou para onde nós vamos. Nada. Extraterrestre. Sorte. Azar. Destino. Nada. Morreu, acabou. Ele dizia. Um dia contestado, e os sonhos? O quê você acha dos sonhos? Coisas da nossa cabeça. Coincidências. Outro dia ele estava saindo de uma livraria, quando se deparou com dois de seus personagens. Eles eram tão de carne e osso que um deles disse: obrigado por tudo! Ele gelou. E depois se perguntou: porra, será que eu to perturbado? Enquanto se afastava os dois permaneciam lá parados. Ele continuou sem acreditar em deus. Mas passou a acreditar em tudo. E todo mundo deixou de acreditar nele.

2 comentários:

  1. delícia de delírio! gosto dos seus textos rápidos, a gente entra, lê, vapt, vupt, um cheirinho de texto. adoro isso. bj

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  2. Obrigado... então pode voltar sempre aqui rs...

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