segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rebuçado

Ele diz: eu fumo para aliviar a minha dor. Eu sinto muito dor. Eu já o ouço dizer isso muito antes dessa moda de fins medicinais, marcha e essa coisa toda. Contemplando o cais fedorento da favela ele diz: eu fiz tanta merda. Roubei. Trafiquei. E não aconteceu nada. Mas fiquei desse jeito de bobeira. Eu tava no ônibus vindo do baile, e veio essa bala de fora. Até hoje não sei quem atirou ou por que. Ele sempre conta essa história entre uma baforada e outra. 

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