segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bad Company

Ele tava no meio dos moleques. Todos eles à-toa e de cabeça raspada. O pai disse: se continuar andando com essa gente. Esse menino vai dar pro quê não presta. E não é que deu. Um tempo depois tava na boquinha da rua de baixo. Era o único limpinho entre os sujinhos. Crackudos. O pai desesperado o mandou para São Paulo morar com a mãe. Ele saia para trabalhar e voltava sempre no mesmo horário. Mas tinha dinheiro demais para um assalariado. Um dia o padrasto desconfiou dele e o seguiu. Ele quebrou para dentro de uma quebrada. Flagrante. Contava um patacão de dinheiro em frente ao boteco. Então a mãe decidiu enviá-lo para morar com a irmã na Alemanha. Ele veio visitar a família um ano depois. Todo mundo feliz. Almoço de domingo. Tudo bem. Quando foi embarcar a polícia federal apareceu. Um quilo da pasta base de cocaína camuflada em fundos falsos.  O pai viu o rosto do filho no Jornal Nacional e vaticinou: são as más companhias.

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