domingo, 17 de abril de 2011

A Estreia

Aquele segurança de boate me surpreendeu. O ambiente ficou com cara de área nobre. Eu estava curioso igual às crianças que foram levadas para lá por algumas professoras e para quem aquela porta era de chumbo. Os professores que moravam no bairro também estavam lá, e alguns malucos que ouviam música e fumavam erva. A minha preocupação na fila era: “Será que tem sofá aí dentro?” O negão que era o segurança me tranquilizou: “Tem. Tem sofá aí dentro.” E eu: “Show de bola!” E ele: “E vai ter café e água gelada, senhor.” E eu: “Massa!” De repente chegou um coroa de terno acompanhado de uma menina loura e magra de óculos que estava vestida como se fosse uma aeromoça. O Homem parecia ser o chefe de todo mundo. Eu me afastei intimidado e não ouvi o quê ele disse. Mas no final da embromação ele cortou a fita. Todo mundo como numa promoção de eletrodomésticos. Eu não acreditei naquele mundo de livros na estante. Era a primeira livraria decente entre muitos bairros do subúrbio. Eu não sabia por onde começar, não ia comprar nenhum daqueles livros, mas ia ler boa parte deles ali dentro.

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